sábado, 8 de fevereiro de 2014

AN-PANA-SATI-YOGA- A ILUMINAÇÃO DE BHUDDA

ANAPANASATI - YOGA Agora vou abordar cada uma das técnicas: “Shiva respondeu: ‘Ó Ser Radiante, esta experiência pode surgir entre duas respirações. Após inspirar e pouco antes de expirar – o benefício’. “Esta é a técnica: “Ó Ser Radiante, esta experiência pode surgir entre duas respirações”. Após inspirar e pouco antes de expirar, “o benefício”. Fique atento entre esses dois pontos e o que acontece. Quando a respiração entrar, observe. Quando a respiração entrar, OBSERVE. Por um único momento, ou por milésimo de momento, a respiração não existe – antes de ela voltar, para cima, antes de ela sair. A pessoa inspira; então existe certo ponto no qual o ar pára. Depois, o ar sai. Quando o ar sai, novamente, por um único instante, ou uma parte de instante, a respiração pára. Depois o ar entra. Antes de o ar entrar ou sair, existe um momento no qual você não está respirando. Nesse momento, o acontecimento é possível, porque, quando você não está respirando, você não está no mundo. Entenda isto: quando você não está respirando, está morto: ainda existe, mas morto. O momento, entretanto, é de tão curta duração que você jamais o observa. Para a tantra, cada expiração é uma morte e cada nova inspiração é um renascimento. Inspirar é renascer; expirar é morrer. Expiração é sinônimo de morte; inspiração é sinônimo de vida. Assim, com cada respiração você está morrendo e renascendo. O intervalo entre os dois movimentos é de duração muito curta, mas a observação aguçada e sincera e a atenção vão fazê-lo sentir o intervalo. Se você puder sentir o intervalo, diz Shiva, o benefício. Então nada mais é necessário. Você está abençoado. Você conheceu; a coisa aconteceu. Você não precisa treinar a respiração. Deixe-a assim como é. Por que uma técnica tão simples? Parece tão simples. Uma técnica tão simples para conhecer a Verdade? Conhecer a Verdade significa conhecer o que não nem morre, conhecer esse elemento eterno que sempre é. Você pode conhecer a expiração, pode conhecer a inspiração, mas nunca conhece o intervalo entre os dois movimentos. Experimente-o. Subitamente você pegará o ponto – e você pode pegá-lo: ele já está aí. Não há nada para ser acrescentado a você ou à sua estrutura: ele já está aí. Tudo já está aí, exceto certa consciência. Então, como fazer? Primeiro, torne-se consciente da inspiração. Observe-a. Esqueça tudo: apenas observe a inspiração – a própria passagem em si. Quando a inspiração tocar suas narinas, sinta-a aí. Então deixe que ela se mova para dentro. Movimente a respiração repleto de consciência. Quando o ar estiver descendo, descendo, desça com ele, não o perca. Não vá à frente nem o siga. Vá junto com ele. Lembre-se disto: não vá à frente; não o siga como uma sombra. Vá ao mesmo tempo que ele. A respiração e a consciência devem unificar-se. O ar entra: você também entra. Só então será possível alcançar o ponto que fica entre as duas respirações. Não será fácil. Entre com a inspiração, depois saia com a expiração: para dentro, para fora. Buda praticou especialmente este método, por isso ele tornou-se um método budista. Na terminologia budista, é conhecido como “Anapanasati Yoga”. E a iluminação de Buda foi baseada nesta técnica – apenas esta. Todas as religiões do mundo, todos os videntes do mundo chegaram através de uma ou outra técnica, e todas essas técnicas estarão nestas 112 técnicas. Esta primeira é uma técnica budista. Tornou-se conhecida no mundo como uma técnica budista. Tornou-se conhecida no mundo como uma técnica budista porque Buda alcançou a iluminação através dela. Buda disse: “Fique atento à sua respiração, como ela entra e sai – entra e sai”. Ele nunca mencionou o intervalo, porque não há necessidade. Buda pensou e sentiu que se você ficar preocupado com o intervalo, com a pausa entre as duas respirações, essa preocupação poderá perturbar sua consciência. Assim, ele simplesmente disse: “Fique atento! Quando o ar entrar, entre com ele e, quando o ar sair, saia com ele. Faça simplesmente isto: entre e saia com a respiração”. Ele nunca diz nada sobre a última parte da técnica. A razão é que Buda falava para homens muito simples, e talvez isso pudesse criar um desejo de alcançar o intervalo. Esse desejo de atingir o intervalo poderia tornar-se uma barreira para a consciência, porque, se você estiver desejando chegar ao inrtervalo, irá adiantar-se. A inspiração estará entrando e você estará à frente porque estará interessado na pausa que acontecerá no futuro. Buda nunca menciona isso, assim, a técnica de Buda é incompleta. Mas a outra parte vem automaticamente. Se você continuar a praticar a respiração consciente, a respiração atenta, subitamente, um dia, sem saber, chegará ao intervalo – porque, à medida que a sua consciência se vai tornando aguda, profunda e intensa, à medida que sua consciência vai ficando focada (o mundo todo está excluído, somente a sua respiração entrando e saindo é o seu mundo – a arena toda só para a sua consciência), subitamente, você é capaz de perceber a pausa na qual não há nenhuma respiração. Quando você se está movendo com a respiração minuciosamente, quando não há respiração, como você pode permanecer inconsciente? De repente você se torna consciente de que não há respiração. E chegará o momento em que você irá sentir que a respiração não está entrando nem saindo. A respiração parou completamente. Nessa parada, “o benefício”. Esta única técnica é suficiente para milhões de pessoas. A Ásia inteira experimentou e viveu esta técnica durante séculos. O Tibete, a China, o Japão, Burma, a Tailândia (Sião), o Ceilão, a Ásia inteira, exceto a Índia, experimentou esta técnica – apenas uma técnica -, e milhares e milhares de pessoas alcançaram a iluminação através dela. E esta é apenas a primeira técnica. Mas, infelizmente, por esta técnica ter-se associado ao nome de Buda, os hindus a têm evitado. Por ela ter-se tornado cada vez mais conhecida como um método budista, os hindus a esqueceram completamente. E não apenas isso: eles tentaram evitá-la também por outra razão. Por esta técnica ter sido a primeira técnica mencionada por Shiva, muitos budistas pretenderam que o Vigyana Bhairava Tantra fosse um livro busdista, não um livro hindu. Ela não é hindu nem budista, uma técnica e apenas uma técnica. Buda a usou, mas ela já existia para ser usada. Buda tornou-se Buda (um iluminado) por causa da técnica. A técnica precedeu Buda; a técnica já existia. Experimente-a. É uma das técnicas mais simples – comparada a outras: não digo que seja fácil para você. Outras técnicas serão mais difíceis. Eis por que é mencionada como a primeira.

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