quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MEDITAÇÃO E AMOR

MEDITAÇÃO E AMOR "Toda a vida é feita de polaridades: positivo e negativo, nascimento e morte, homem e mulher, dia e noite, verão e inverno. Toda a vida consiste em opostos polares. Mas esses opostos não são apenas polares, são também complementares. Eles se ajudam um ao outro, dão apoio um ao outro. Eles são como tijolos que formam uma arcada. Os tijolos de uma arcada têm que ser colocados uns contra os outros. Parecem estar um contra o outro, mas é por meio da oposição deles que a arcada é construída, que ela permanece firme. A resistência da arcada depende da polaridade dos tijolos colocados em oposição uns aos outros. Esta é a polaridade máxima: meditação significa a arte de estar sozinho e amor significa a arte de estar junto. A pessoa completa é aquela que conhece ambas as artes e é capaz de se mover de uma para a outra com a maior facilidade possível. E exatamente como a inspiração e a expiração - não há dificuldade. Elas são opostas - quando vocês inspiram o ar, é um processo; quando expiram o processo é exatamente o oposto. No entanto, inspiração e expiração formam uma respiração completa. Na meditação, vocês inspiram; no amor, expiram. Com o amor e a meditação juntos, sua respiração estará completa, inteira, total. Durante séculos, as religiões tentaram atingir um pólo com a exclusão do outro. Existem religiões de meditação como, por exemplo, o jainismo e o budismo - são religiões meditativas, estão enraizadas na meditação. E existem religiões bhakti, religiões de devoção: o sufismo, o hassidismo - que estão enraizadas no amor. A religião baseada no amor precisa de Deus como o 'outro' a quem amar, a quem rezar. Sem um Deus, a religião de amor não consegue existir, é inconcebível - vocês precisam de um objeto de amor. Porém, uma religião de meditação consegue existir sem o conceito de Deus; essa hipótese pode ser descartada. Por isso o Budismo e o Jainismo não acreditam em Deus algum. Não há necessidade de um outro. A pessoa tem apenas que saber como ficar só, como permanecer silenciosa, como ficar quieta, como estar absolutamente calma e quieta dentro de si mesma. O outro tem que ser completamente abandonado, esquecido. Por isso, essas são religiões atéias. Quando pela primeira vez os teólogos ocidentais entraram em contato com as literaturas budistas e jainistas, eles ficaram bastante confusos: como chamar de religião a essas filosofias atéias? Poderiam ser chamadas de filosofias, mas como chamá-las de religião? Isso era inconcebível para os teólogos, pois as tradições judaico e cristã consideram que, para alguém ser religioso, Deus é a hipótese mais fundamental. A pessoa religiosa é aquela temente a Deus, mas os budistas e jainistas dizem que não existe Deus; Assim a questão de temer a Deus não existe. No Ocidente, durante milhares de anos, pensava-se que a pessoa que não acreditava em Deus era um ateu, não era uma pessoa religiosa. Mas Buda era ateu e religioso. Essa idéia soava muito estranha para os ocidentais porque eles nem sequer imaginavam que existiam religiões que tinha como base a meditação. E o mesmo é verdadeiro para os seguidores de Buda e Mahavira. Eles riem da tolice das outras religiões que acreditam em Deus, porque essa idéia como um todo é absurda. É apenas fantasia, imaginação, nada mais; é uma projeção. Mas para mim, ambas são, ao mesmo tempo, verdadeiras. Minha compreensão não está baseada em um único polo; minha compreensão é fluida. Eu saboreei a verdade de ambos os lados: eu amei totalmente e meditei totalmente. Esta é a minha experiência: a de que uma pessoa está completa só quando conhece os dois polos. Senão, ela é apenas uma metade; algo fica faltando nela. Buda é uma metade - Jesus também. Jesus conhecia o que é o amor, Buda conhecia o que é a meditação; mas, se eles se encontrassem, seriam impossível se comunicarem entre si. Um não compreenderia a linguagem do outro. Jesus falaria sobre o reino de Deus e Buda começaria a rir: 'Que absurdo é esse que você está dizendo? O reino de Deus?' Buda diria apenas: 'Cessação do eu, desaparecimento do eu'. E Jesus: 'Desaparecimento do eu? Cessação do eu? Isso é cometer suicídio, o suicídio máximo. Que espécie de religião é essa? Fale do Eu Supremo!' Um não entenderia as palavras do outro. Se alguma vez eles tivessem se encontrado, precisariam de um homem como eu como intérprete; caso contrário não haveria comunicação entre eles. Eu teria de interpretar de tal maneira que acabaria sendo infiel a ambos! Jesus falaria em 'reino de Deus', que eu traduziria por 'nirvana' - então Buda poderia entender. Buda diria 'nirvana' e, para Jesus, eu diria 'reino de Deus' - então ele poderia compreender. Agora a humanidade precisa de uma visão total. Nós já vivemos com visões parciais por muito tempo. Essa foi uma necessidade do passado, mas agora o homem amadureceu. Os meus sannyasins têm de provar que podem meditar e rezar ao mesmo tempo; que podem meditar e amar ao mesmo tempo; que podem estar tão silenciosos quanto possível e que podem celebrar e dançar tanto quanto possível. Seu silêncio tem de se tornar a sua celebração, e sua celebração tem que se tornar o seu silêncio. Eu lhes dei a tarefa mais difícil que já foi dada a um discípulo, porque esse é o encontro dos opostos. E nesse encontro, todos os outros opostos vão se fundir e tornar-se um: Oriente e Ocidente, homem e mulher, matéria e consciência, este mundo e o outro mundo, vida e morte. Todos os opostos vão se encontrar e fundir-se por meio desse encontro, pois essa é a polaridade máxima; ela contém todas as polaridades. Esse encontro criará um novo ser humano - Zorba, o Buda. Esse é o nome que eu dou ao novo homem. E cada um dos meus sannyasins precisa fazer todos os esforços possíveis para se transformar nessa liquidez, nesse fluxo, de modo que os dois polos façam parte deles. Assim, vocês terão sentido o gosto da totalidade. E conhecer a totalidade é o único meio para se conhecer o que é o sagrado. Não há outro meio". OSHO, Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto MEDITAÇÃO E AMOR "Toda a vida é feita de polaridades: positivo e negativo, nascimento e morte, homem e mulher, dia e noite, verão e inverno. Toda a vida consiste em opostos polares. Mas esses opostos não são apenas polares, são também complementares. Eles se ajudam um ao outro, dão apoio um ao outro. Eles são como tijolos que formam uma arcada. Os tijolos de uma arcada têm que ser colocados uns contra os outros. Parecem estar um contra o outro, mas é por meio da oposição deles que a arcada é construída, que ela permanece firme. A resistência da arcada depende da polaridade dos tijolos colocados em oposição uns aos outros. Esta é a polaridade máxima: meditação significa a arte de estar sozinho e amor significa a arte de estar junto. A pessoa completa é aquela que conhece ambas as artes e é capaz de se mover de uma para a outra com a maior facilidade possível. E exatamente como a inspiração e a expiração - não há dificuldade. Elas são opostas - quando vocês inspiram o ar, é um processo; quando expiram o processo é exatamente o oposto. No entanto, inspiração e expiração formam uma respiração completa. Na meditação, vocês inspiram; no amor, expiram. Com o amor e a meditação juntos, sua respiração estará completa, inteira, total. Durante séculos, as religiões tentaram atingir um pólo com a exclusão do outro. Existem religiões de meditação como, por exemplo, o jainismo e o budismo - são religiões meditativas, estão enraizadas na meditação. E existem religiões bhakti, religiões de devoção: o sufismo, o hassidismo - que estão enraizadas no amor. A religião baseada no amor precisa de Deus como o 'outro' a quem amar, a quem rezar. Sem um Deus, a religião de amor não consegue existir, é inconcebível - vocês precisam de um objeto de amor. Porém, uma religião de meditação consegue existir sem o conceito de Deus; essa hipótese pode ser descartada. Por isso o Budismo e o Jainismo não acreditam em Deus algum. Não há necessidade de um outro. A pessoa tem apenas que saber como ficar só, como permanecer silenciosa, como ficar quieta, como estar absolutamente calma e quieta dentro de si mesma. O outro tem que ser completamente abandonado, esquecido. Por isso, essas são religiões atéias. Quando pela primeira vez os teólogos ocidentais entraram em contato com as literaturas budistas e jainistas, eles ficaram bastante confusos: como chamar de religião a essas filosofias atéias? Poderiam ser chamadas de filosofias, mas como chamá-las de religião? Isso era inconcebível para os teólogos, pois as tradições judaico e cristã consideram que, para alguém ser religioso, Deus é a hipótese mais fundamental. A pessoa religiosa é aquela temente a Deus, mas os budistas e jainistas dizem que não existe Deus; Assim a questão de temer a Deus não existe. No Ocidente, durante milhares de anos, pensava-se que a pessoa que não acreditava em Deus era um ateu, não era uma pessoa religiosa. Mas Buda era ateu e religioso. Essa idéia soava muito estranha para os ocidentais porque eles nem sequer imaginavam que existiam religiões que tinha como base a meditação. E o mesmo é verdadeiro para os seguidores de Buda e Mahavira. Eles riem da tolice das outras religiões que acreditam em Deus, porque essa idéia como um todo é absurda. É apenas fantasia, imaginação, nada mais; é uma projeção. Mas para mim, ambas são, ao mesmo tempo, verdadeiras. Minha compreensão não está baseada em um único polo; minha compreensão é fluida. Eu saboreei a verdade de ambos os lados: eu amei totalmente e meditei totalmente. Esta é a minha experiência: a de que uma pessoa está completa só quando conhece os dois polos. Senão, ela é apenas uma metade; algo fica faltando nela. Buda é uma metade - Jesus também. Jesus conhecia o que é o amor, Buda conhecia o que é a meditação; mas, se eles se encontrassem, seriam impossível se comunicarem entre si. Um não compreenderia a linguagem do outro. Jesus falaria sobre o reino de Deus e Buda começaria a rir: 'Que absurdo é esse que você está dizendo? O reino de Deus?' Buda diria apenas: 'Cessação do eu, desaparecimento do eu'. E Jesus: 'Desaparecimento do eu? Cessação do eu? Isso é cometer suicídio, o suicídio máximo. Que espécie de religião é essa? Fale do Eu Supremo!' Um não entenderia as palavras do outro. Se alguma vez eles tivessem se encontrado, precisariam de um homem como eu como intérprete; caso contrário não haveria comunicação entre eles. Eu teria de interpretar de tal maneira que acabaria sendo infiel a ambos! Jesus falaria em 'reino de Deus', que eu traduziria por 'nirvana' - então Buda poderia entender. Buda diria 'nirvana' e, para Jesus, eu diria 'reino de Deus' - então ele poderia compreender. Agora a humanidade precisa de uma visão total. Nós já vivemos com visões parciais por muito tempo. Essa foi uma necessidade do passado, mas agora o homem amadureceu. Os meus sannyasins têm de provar que podem meditar e rezar ao mesmo tempo; que podem meditar e amar ao mesmo tempo; que podem estar tão silenciosos quanto possível e que podem celebrar e dançar tanto quanto possível. Seu silêncio tem de se tornar a sua celebração, e sua celebração tem que se tornar o seu silêncio. Eu lhes dei a tarefa mais difícil que já foi dada a um discípulo, porque esse é o encontro dos opostos. E nesse encontro, todos os outros opostos vão se fundir e tornar-se um: Oriente e Ocidente, homem e mulher, matéria e consciência, este mundo e o outro mundo, vida e morte. Todos os opostos vão se encontrar e fundir-se por meio desse encontro, pois essa é a polaridade máxima; ela contém todas as polaridades. Esse encontro criará um novo ser humano - Zorba, o Buda. Esse é o nome que eu dou ao novo homem. E cada um dos meus sannyasins precisa fazer todos os esforços possíveis para se transformar nessa liquidez, nesse fluxo, de modo que os dois polos façam parte deles. Assim, vocês terão sentido o gosto da totalidade. E conhecer a totalidade é o único meio para se conhecer o que é o sagrado. Não há outro meio". OSHO, Autobiografia de um Místico Espiritualmente Incorreto

QUANDO VOCÊ DESCOBRE QUE VOCÊ NÃO É A MENTE...

Ê vQuando você descobre que você não é a mente A meditação não é solução para nenhum problema em particular; ela não resolve nada. Ela simplesmente lhe ajuda a dar o fora da mente, a criadora dos problemas. Simplesmente lhe ajuda a deslizar para fora da mente como uma cobra desliza para fora de sua velha pele. Uma vez que você descobre que você não é a mente a grande transcendência aconteceu. De repente todos os problemas se tornam insignificantes; lentamente eles evaporam. Você é deixado com uma profunda paz; um grande silêncio prevalece. Esse silêncio é a solução. Essa paz é a resposta, a resposta de todas as respostas. Osho, em "Guida Spirituale: Discourses on the Desiderata Swami Dharma Grahi –(Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

O EU VERDADEIRO

O EU VERDADEIRO A sua mente sente a dor, o sofrimento; ela sente todos os tipos de emoção, apegos, desejo, anseio, mas isso tudo é projeção da mente. Por trás da mente está o eu verdadeiro, que nunca vai a lugar nenhum. Ele está sempre aqui. Se você estiver com raiva, então fique com raiva e não julgue dizendo se isso é bom ou ruim. E esta é a diferença das emoções negativas e as positivas: se você tomar consciência de uma certa emoção e ela se dissipar quando você toma consciência dela, é porque ela é negativa. Se ao tomar consciência da emoção, você se tornar essa emoção, se essa emoção não se espalhar e então essa emoção se tornar o seu ser, ela é positiva. A consciência trabalha de forma diferente em cada um desses casos. Se for uma emoção venenosa, você se livra dela por meio da consciência. Se ela for benéfica, alegre, extasiante, você e ela se tornam uma coisa só. A consciência se aprofunda. Então para mim, o critério é sempre este: se algo se aprofunda com sua consciência, isto é bom; se algo se dissipa com a sua consciência é porque isso é ruim. Tudo o que não pode ficar na consciência é pecado e tudo o que cresce com a consciência é virtude. Virtude e pecado não são conceitos sociais, eles são realizações interiores. Basta que você seja autêntico; essa autenticidade com suas emoções lhe possibilitará um vislumbre do real. Só o que é real pode conhecer o real, só a verdade pode conhecer a verdade, só o autêntico pode conhecer o autêntico que circunda você. Aprofunde-se na consciência, e reconheça-se. Osho – Célio José Bighetti – (Sw. Dharma Grahi) – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação – Crt-38000.

sábado, 5 de abril de 2014

O AMOR É UMA FLOR RARA.

O amor é uma flor rara O amor é uma flor rara. Ele só acontece às vezes. Milhões e milhões de pessoas vivem na falsa atitude de que amam. Elas acreditam que amam, mas isso é só uma crença. O amor é uma flor rara. Às vezes ele acontece. É raro porque só pode acontecer quando não existe medo, nunca antes disso. Isso significa que o amor só pode acontecer a uma pessoa profundamente espiritualizada, religiosa. O sexo é possível para todos. A familiaridade é possível para todos. Não o amor. Quando você não tem medo, não há o que esconder; então você pode se abrir, pode pôr abaixo todas as fronteiras. E então pode convidar o outro a tocar a sua essência. E, lembre-se, se você deixa que alguém o toque profundamente, o outro também deixará que você o toque, pois, quando deixa que alguém o toque, você inspira confiança. Quando você não tem medo, o medo da outra pessoa também desaparece. No amor de vocês, o medo está sempre presente. O marido teme a mulher, a mulher teme o marido. As pessoas que se amam sempre têm modo uma da oura. Então não é amor. É só um arranjo entre duas pessoas medrosas, que dependem uma da outra, brigam, exploram-se, manipulam, controlam, dominam, possuem uma a outra — mas não é amor. Se você conseguir deixar que o amor aconteça, não precisará de prece, não precisará de meditação, não precisará de igreja nenhuma, de templo nenhum. Se amar, você pode se esquecer completamente de Deus — porque, por meio do amor, tudo terá acontecido a você: meditação, prece, Deus, tudo terá acontecido a você. É isso que Jesus quis dizer quando falou que Deus é amor. Mas o amor é difícil. O medo tem que ser superado. E é isto que é estranho, vocês têm tanto medo e, ao mesmo tempo, não têm nada a perder. Osho, em "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente" Célio José Bighetti – (Sw. Dharma Grahi) – Terapeuta da Alma.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

P = QUEM SOU ? R = VOCÊ NÃO É. P = DE ONDE VIM ? R = DO ETERNO. P = ONDE ESTOU ? R = AQUI/AGORA. P = PARA ONDE IREI ? R = DE ONDE VEIO. SWAMI DHARMA GRAHI – PSICOTERAPEUTA.

O CAMINHO DA AUTO-REALIZAÇÃO

O Caminho da Auto-Realização Este discurso é um marco na obra do Osho, pois foi quando ele pela primeira vez teve suas palavras gravadas e depois publicadas. Este discurso tornou-se o primeiro capítulo do primeiro livro publicado do Osho. Trata-se da palestra introdutória ao Campo de Meditação de Ranakpur que ele conduziu em junho de 1964. O livro, originalmente publicado em hindi com o título Path to Self-Realization, foi recentemente traduzido para o inglês como título The Perfect Way (O Caminho Perfeito). "Almas conscientes, Antes de tudo, por favor, aceitem o meu amor. Essa é a única coisa com a qual eu posso dar-lhes as boas vindas ao isolamento e reclusão destas montanhas. Na verdade, eu nada mais tenho a dar a vocês. Eu quero compartilhar com vocês o infinito amor que a proximidade com o divino criou em mim. Eu quero distribuí-lo. E a maravilha disso é que quanto mais eu compartilho esse amor, mais ele cresce! Talvez a verdadeira riqueza seja aquela que aumenta com a distribuição. A riqueza que diminui quando é compartilhada, não é verdadeira riqueza, de modo algum.Vocês então aceitam o meu amor? Eu vejo aceitação em seus olhos e eu vejo também que seus olhos se tornaram repletos de amor em reciprocidade. Amor invoca amor e ódio invoca ódio. Tudo aquilo que nós damos retorna para nós. Essa é uma lei eterna. Assim, tudo aquilo que você deseja receber, é aquilo que você deve dar ao mundo. Você não pode receber flores em retribuição a espinhos. Eu vejo flores de amor e paz desabrochando em seus olhos. Eu estou em profunda gratidão por isso, agora, nós não somos muitos aqui: o amor nos junta e faz com que muitos se tornem um. Corpos físicos estão separados e continuarão separados, mas existe alguma coisa por trás dos corpos que se encontra no amor, que se torna um através do amor. Só depois dessa unidade, de nos tornarmos um, é que alguma coisa pode ser dita e compreendida. A comunicação só é possível no amor. Nós nos reunimos nesse lugar isolado para que eu possa dizer algo a vocês e vocês possam me ouvir. Esse dizer e esse ouvir não são possíveis sem uma corrente de amor. As portas do coração somente se abrem para o amor. E lembre-se de que somente quando alguém ouve com o coração, e não com a cabeça, é que o ouvir acontece. Você pode me perguntar, 'o coração também ouve?' e eu lhe direi que sempre que o ouvir acontece, é sempre através do coração. A cabeça nunca ouviu qualquer coisa. A cabeça é uma pedra surda. E isso também é verdadeiro quanto ao falar. Somente quando as palavras vêm do coração, elas são cheias de significado. Somente quando as palavras vêm do coração, elas têm a fragrância das flores frescas; se não for assim, elas serão apenas envelhecidas e murchas, elas serão artificiais - flores plásticas. Eu vou derramar o meu coração em vocês, e se os corações de vocês permitirem-me entrar, haverá um encontro e uma comunicação. E então, naquele momento de encontro, aquilo que as palavras são incapazes de expressar, será comunicado. Muitas coisas não ditas serão ouvidas dessa maneira - aquilo que não pode ser colocado em palavras, aquilo que fica entrelinhas, também será comunicado. Palavras são indicações muito impotentes, mas se ouvidas em paz total da mente e em silêncio, elas se tornam potentes. Isso é o que eu chamo de ouvir com o coração. Mas, geralmente, mesmo quando ouvimos alguém, nós permanecemos cheios de nossos próprios pensamentos. Esse é o 'falso ouvir'. Então você não é um shravak, um ouvinte. Você está apenas sob a ilusão de que você está ouvindo, mas de fato você não está. Para 'ouvir corretamente', é necessário que a mente esteja em estado de observação, completamente silenciosa. Quando você está apenas ouvindo e nada mais está fazendo, somente então você será capaz de ouvir e compreender, e essa compreensão se tornará luz e transformação dentro de você. Se assim não acontecer, então você não está ouvindo a quem quer que seja, mas apenas a si mesmo, você permanece cercado por um tumulto enfurecido dentro de você. E quando você está envolvido dessa maneira nada pode ser comunicado a você. Então você parece estar vendo, mas não está; você parece estar ouvindo, mas não está. Cristo disse: 'aqueles que têm olhos para ver, que vejam. Aqueles que têm ouvidos para ouvir, que ouçam.' Estava ele dizendo que as pessoas não tinham olhos nem ouvidos? É claro que elas tinham olhos e ouvidos, mas a mera presença de olhos e ouvidos, não é suficiente para ver e ouvir. Algo mais é necessário e sem isso a existência ou não existência de olhos e ouvidos dá no mesmo. Aquele algo mais é o silêncio interior e a consciência observadora. Somente quando essas qualidades estão presentes é que as portas da mente se abrem e algo pode ser dito e ouvido. Eu espero que vocês me ouçam dessa maneira durante o período deste campo de meditação. Uma vez que vocês tenham aprendido isso, isso se tornará sua companheira por toda a vida. Isso será o suficiente para livrá-lo de preocupações triviais.Você poderá se despertar para o grande universo misterioso externo e você poderá experienciar a eterna e infinita luz de consciência escondida por trás do tumulto de sua mente. Ver corretamente e ouvir corretamente não são meras necessidades para este campo de meditação, são, na verdade, os pilares para todo um viver corretamente. Da mesma maneira que tudo é claramente refletido através de um lago totalmente calmo, sem ondas, também é verdade que o divino será refletido em você quando você se tornar calmo e quieto como o lago. Eu estou vendo um grande silêncio crescendo em vocês. Os seus olhos - a sede pela vida que eu vejo em vocês - estão me convidando a dizer aquilo que eu quero dizer. Eles estão me apressando a revelar as verdades que eu tenho visto e que mexeram com minha alma, porque os seus corações estão ansiosos e impacientes por compreendê-las.Vendo o quanto vocês estão desejosos e prontos, meu coração está também pronto para se derramar em vocês. Nessa paz que nos circunda, com o estado cheio de paz de suas mentes, eu certamente serei capaz de dizer o que quero dizer para todos vocês. Se eu tivesse encontrado ouvidos surdos diante de mim, eu iria me segurar. A luz não permanece do lado de fora quando ela encontra as portas de sua casa fechadas? Da mesma forma eu fico parado do lado de fora de muitas casas. Mas é um bom sinal as suas portas estarem abertas. É um bom começo. Amanhã de manhã começaremos a nossa jornada de experimento de meditação por cinco dias. Como suporte para isso, eu gostaria de dizer algumas poucas coisas para vocês. Para a meditação, para a percepção da verdade, o solo de suas mentes tem que estar preparado da mesma maneira que uma pessoa precisa preparar o solo para cultivar flores. Assim eu gostaria que vocês compreendessem alguns sutras, alguns pontos chaves. O primeiro sutra é: viva no presente. Durante os dias do Campo não se deixem levar pelo fluxo mecânico de seus pensamentos a respeito do passado e do futuro. É por causa disso que o momento vivo, o momento que realmente existe, é desperdiçado e se perde desnecessariamente. Nem o passado nem o futuro existem. Um é apenas a memória, o outro é apenas imaginação. Somente o presente é o momento vivo e verdadeiro. E se é para se conhecer a verdade, ela só pode ser conhecida se estivermos no presente. Durante esses dias de meditação, mantenham-se conscientemente livres do passado e do futuro. Aceite que eles não existem. Somente o momento em suas mãos, o momento em que você está, existe. Você tem que viver nele, e vivê-lo totalmente. Esta noite durma tão profundo como se todo o seu passado tivesse sido deixado de lado. Morra para o passado. E de manhã, acorde como um novo homem numa nova manhã. Não deixe que acorde aquele mesmo que foi para a cama. Deixe que aquele tenha um bom sono. Deixe que no lugar dele acorde o que está sempre novo e sempre revigorado. Mantenha continuamente em sua lembrança por todo o tempo esse viver no presente, e fique alerta para que aquele pensamento mecânico a respeito do passado e do futuro nem volte de novo. Para isso, é suficiente permanecer atento. Se você permanecer atento, ele não vai se desencadear. A consciência destrói o hábito. O segundo sutra é: viva naturalmente. Todo o comportamento do homem é artificial e formal. Nós sempre nos mantemos encobertos por um falso manto e por causa dessa coberta nós gradualmente esquecemos nossa própria realidade. Você tem que deixar cair essa pele falsa e jogá-la fora. Nós nos reunimos aqui, não para encenar um drama, mas para nos conhecermos, para compreendermos a nós mesmos. Da mesma forma que os atores de uma peça removem seus trajes e maquiagem e colocam-nos de lado após a apresentação, nestes cinco dias, você tem que remover suas falsas máscaras e jogá-las fora. Deixe que aquilo que é original e natural em você venha à tona e viva nisso. A meditação somente cresce numa vida simples e natural. Durante esses dias de meditação, saiba que você não tem que manter nenhuma posição, você não é especial, você não tem qualquer status. Jogue fora todas essas máscaras. Você é simplesmente você, um ser humano comum, sem nome, sem status, sem classe, sem família, sem casta - simplesmente uma pessoa sem nome, um indivíduo muito comum. Você tem que viver desse jeito. E lembre-se que essa é também a nossa verdadeira realidade. O terceiro sutra é: viva só. A vida de meditação nasce em completa solidão, quando a pessoa está totalmente só. Mas geralmente o homem nunca está só. Ele está sempre cercado pelos outros. E quando ele não está no meio da multidão externa, ele está em uma multidão interna. Essa multidão tem que ser dispersada. Não permita que a multidão se reúna dentro de você. E quanto ao lado de fora, viva por si próprio como se você estivesse sozinho neste Campo. Você não tem que manter relacionamentos com ninguém mais. No meio desses incontáveis relacionamentos vocês se esqueceram de vocês mesmos. Todos esses relacionamentos - nos quais vocês são amigos ou inimigos de alguém, pai ou filho, esposa ou marido - absorveram vocês de tal maneira que vocês são incapazes de conhecer a si mesmos em suas próprias individualidades. Alguma vez vocês já tentaram imaginar o que vocês são, fora de todos esses seus relacionamentos? Alguma vez vocês já se livraram das vestimentas desses relacionamentos e viram a si mesmos sem elas? Distancie vocês mesmos de todos esses relacionamentos e vejam que vocês não são filhos de seus pais e mães, não são os maridos de suas esposas, nem o pai de suas crianças, nem o amigo de seus amigos, nem o inimigo de seus inimigos - e o que sobra é o seu verdadeiro ser. Aquela entidade remanescente é o que você é em si mesmo. Durante esses dias você tem que viver sozinho nesse ser. Seguindo esses sutras, a sua mente chegará a um estado, o qual é uma necessidade absoluta para a compreensão da paz e da verdade. Ao lado desses três sutras, eu quero explicar a vocês os dois tipos de meditação que nós começaremos a fazer a partir de amanhã de manhã. A primeira meditação é para a manhã. Durante essa meditação você deverá manter sua coluna espinhal ereta, fechar os seus olhos e manter o seu pescoço reto. Seus lábios devem estar fechados e sua língua deve tocar o céu da boca. Respire devagar, mas profundamente. Mantenha a sua atenção próxima do umbigo. Mantenha-se alerta quanto ao tremor que você sentir no umbigo devido à respiração. Isso é tudo o que vocês têm que fazer. Esse experimento acalma a mente e esvazia os pensamentos completamente. A partir desse vazio a pessoa finalmente entra dentro de si mesma. A segunda meditação é para a noite. Estenda seu corpo no chão confortavelmente e deixe todos os seus membros se relaxarem completamente. Feche seus olhos e por cerca de dois minutos sugira a você mesmo que o corpo está relaxando. Gradualmente o corpo se tornará relaxado. Então, por dois minutos sugira que sua respiração está se tornando quieta e sua respiração se tornará quieta. Finalmente por outros dois minutos, sugira que seus pensamentos estão parando. Essa sugestão firme o levará a um completo relaxamento, tranqüilidade e vazio. Quando a mente se tornar completamente calma, esteja completamente acordado em seu ser interior e seja uma testemunha dessa paz. Esse testemunhar levará você ao seu ser. Vocês devem fazer essas duas meditações. Na verdade elas são estratagemas artificiais e vocês não devem se agarrar a elas. Com ajuda delas, a inquietação das mentes se dissolve. E da mesma forma que não mais precisamos da escada ao completarmos a subida, um dia nós também iremos deixar esses estratagemas. A meditação atinge a perfeição no dia em que ela se torna desnecessária. Esse estado é o verdadeiro samadhi, iluminação. Agora a noite já está avançada e o céu está coberto de estrelas. As árvores e os vales já foram dormir. Nós também vamos dormir agora. Como tudo isso é quieto e silencioso! Nós também vamos nos fundir nesse silêncio. Num sono profundo, num sono sem sonhos, nós vamos para o lugar onde o divino habita. Esse é o samadhi espontâneo, não-consciente que a natureza deu para nós. Através da meditação, nós também alcançamos esse mesmo espaço, mas com a meditação nós permanecemos conscientes e alertas. Essa é a única diferença. E essa é realmente uma grande diferença. Numa situação nós vamos dormir e na outra nós nos tornaremos acordados. Vamos agora dormir com a esperança de que o despertar também se tornará possível. Quando a esperança é acompanhada por determinação e empenho, ela certamente se realiza. É possível que a existência nos guie ao longo do caminho. Essa é a minha única prece." OSHO - The Perfect Way

sábado, 8 de fevereiro de 2014

O MEDO DA SOLIDÃO

O medo da solidão Ninguém quer ficar sozinho. Todo mundo quer pertencer à multidão – não apenas à multidão, mas a muitas multidões. A pessoa pertence a um grupo religioso, a um partido político, ao rotary club... e existem muitos outros grupinhos a que pertencer. A pessoa quer apoio vinte e quatro horas por dia, porque o falso não se sustenta sem apoio. No momento em que a pessoa fica sozinha, ela começa a sentir uma estranha loucura. Não se trata apenas do seu medo, trata-se do medo de todo mundo. Porque ninguém é o que deveria ser na vida. A sociedade, a cultura, a religião, a educação conspiram todos contra as crianças inocentes. Todos eles têm poderes – a criança é indefesa e dependente. Então eles fazem dela o que querem. Eles não deixam que nenhuma criança siga o curso natural da sua vida. Eles fazem tudo para que os seres humanos tenham uma utilidade. Quem garante que, se deixarem uma criança crescer por si mesma, ela vai servir aos interesses deles? A sociedade não está preparada para assumir esse risco. Ela se apodera da criança e começa a moldá-la, fazendo com que ela se transforme em algo de que a sociedade necessite. Num certo sentido, ela mata a alma da criança e dá a ela uma falsa identidade, de modo que ela nunca encontre a sua alma, o seu ser. A falsa identidade é um substituto. Mas esse substituto só é útil enquanto você está no meio da multidão que lhe deu essa falsa identidade. No momento em que você está sozinho, o falso começa a se despedaçar e o verdadeiro reprimido começa a se expressar. Por isso o medo de ficar sozinho. Você acredita que é alguém, e de repente, num momento de solidão, você começa a perceber que não é o que pensava. Isso dá medo; então quem é você? Vai levar algum tempo até o verdadeiro se expressar. O intervalo entre os dois é chamado pelos místicos de "noite escura da alma" – uma expressão bem apropriada. Você não é mais o falso e ainda não é o verdadeiro. Você está no limbo, não sabe quem você é. No Ocidente, principalmente, o problema é até mais complicado. Porque não desenvolveram nenhuma metodologia para descobrir o verdadeiro o mais rápido possível e abreviar essa noite escura da alma. O Ocidente não sabe nada a respeito da meditação, e a meditação é só um nome para "ficar sozinho, em silêncio, esperando que o verdadeiro se firme". Ela não é uma ação; é um relaxamento silencioso – porque qualquer coisa que você faça virá da sua personalidade falsa – anos de uma personalidade falsa imposta pelas pessoas que você amou, que você respeitou – e elas não tinham intenção de lhe fazer nenhum mal. As intenções delas eram boas, elas só não tinham consciência. Não eram pessoas conscientes – os seus pais, os seus professores, os seus sacerdotes, os seus políticos – eles não eram pessoas conscientes, pelo contrário. E até uma boa intenção nas mãos de pessoas inconscientes vira um veneno. Portanto, sempre que você está sozinho, surge um medo profundo – porque de repente o falso começa a desaparecer, e o verdadeiro vai demorar um tempo. Faz anos que você o perdeu. Você terá de levar em conta que essa lacuna tem de ser transposta. A multidão é essencial para que o eu falso exista. No momento em que está sozinho, você começa a entrar em pane. É então que você precisa entender um pouquinho de meditação. Não se preocupe, aquilo que pode desaparecer é bom que desapareça. Não há razão para se agarrar a isso – isso não é seu, não é você. Ninguém mais pode responder à pergunta, "Quem sou eu?" – você saberá. Todas as técnicas de meditação ajudam a acabar com o falso. Elas não dão a você o verdadeiro – ninguém pode dar isso a você. Nada que possam lhe dar pode ser verdadeiro. O verdadeiro você já tem; basta jogar fora o falso. A meditação é só a coragem de ficar em silêncio e sozinho. Bem devagarzinho, você começa a sentir uma nova qualidade em si mesmo, uma nova vivacidade, uma nova beleza, uma nova inteligência – que não é emprestada de ninguém; ela brota dentro de você. Ela tem raízes na sua existência. E, se você não for covarde, isso fruirá, florescerá. Osho, em "Emoções: Liberte-se da Raiva, do Ciúme, da Inveja e do Medo Publicado por: Swami Dharma Grahi – (Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

AN-PANA-SATI-YOGA- A ILUMINAÇÃO DE BHUDDA

ANAPANASATI - YOGA Agora vou abordar cada uma das técnicas: “Shiva respondeu: ‘Ó Ser Radiante, esta experiência pode surgir entre duas respirações. Após inspirar e pouco antes de expirar – o benefício’. “Esta é a técnica: “Ó Ser Radiante, esta experiência pode surgir entre duas respirações”. Após inspirar e pouco antes de expirar, “o benefício”. Fique atento entre esses dois pontos e o que acontece. Quando a respiração entrar, observe. Quando a respiração entrar, OBSERVE. Por um único momento, ou por milésimo de momento, a respiração não existe – antes de ela voltar, para cima, antes de ela sair. A pessoa inspira; então existe certo ponto no qual o ar pára. Depois, o ar sai. Quando o ar sai, novamente, por um único instante, ou uma parte de instante, a respiração pára. Depois o ar entra. Antes de o ar entrar ou sair, existe um momento no qual você não está respirando. Nesse momento, o acontecimento é possível, porque, quando você não está respirando, você não está no mundo. Entenda isto: quando você não está respirando, está morto: ainda existe, mas morto. O momento, entretanto, é de tão curta duração que você jamais o observa. Para a tantra, cada expiração é uma morte e cada nova inspiração é um renascimento. Inspirar é renascer; expirar é morrer. Expiração é sinônimo de morte; inspiração é sinônimo de vida. Assim, com cada respiração você está morrendo e renascendo. O intervalo entre os dois movimentos é de duração muito curta, mas a observação aguçada e sincera e a atenção vão fazê-lo sentir o intervalo. Se você puder sentir o intervalo, diz Shiva, o benefício. Então nada mais é necessário. Você está abençoado. Você conheceu; a coisa aconteceu. Você não precisa treinar a respiração. Deixe-a assim como é. Por que uma técnica tão simples? Parece tão simples. Uma técnica tão simples para conhecer a Verdade? Conhecer a Verdade significa conhecer o que não nem morre, conhecer esse elemento eterno que sempre é. Você pode conhecer a expiração, pode conhecer a inspiração, mas nunca conhece o intervalo entre os dois movimentos. Experimente-o. Subitamente você pegará o ponto – e você pode pegá-lo: ele já está aí. Não há nada para ser acrescentado a você ou à sua estrutura: ele já está aí. Tudo já está aí, exceto certa consciência. Então, como fazer? Primeiro, torne-se consciente da inspiração. Observe-a. Esqueça tudo: apenas observe a inspiração – a própria passagem em si. Quando a inspiração tocar suas narinas, sinta-a aí. Então deixe que ela se mova para dentro. Movimente a respiração repleto de consciência. Quando o ar estiver descendo, descendo, desça com ele, não o perca. Não vá à frente nem o siga. Vá junto com ele. Lembre-se disto: não vá à frente; não o siga como uma sombra. Vá ao mesmo tempo que ele. A respiração e a consciência devem unificar-se. O ar entra: você também entra. Só então será possível alcançar o ponto que fica entre as duas respirações. Não será fácil. Entre com a inspiração, depois saia com a expiração: para dentro, para fora. Buda praticou especialmente este método, por isso ele tornou-se um método budista. Na terminologia budista, é conhecido como “Anapanasati Yoga”. E a iluminação de Buda foi baseada nesta técnica – apenas esta. Todas as religiões do mundo, todos os videntes do mundo chegaram através de uma ou outra técnica, e todas essas técnicas estarão nestas 112 técnicas. Esta primeira é uma técnica budista. Tornou-se conhecida no mundo como uma técnica budista. Tornou-se conhecida no mundo como uma técnica budista porque Buda alcançou a iluminação através dela. Buda disse: “Fique atento à sua respiração, como ela entra e sai – entra e sai”. Ele nunca mencionou o intervalo, porque não há necessidade. Buda pensou e sentiu que se você ficar preocupado com o intervalo, com a pausa entre as duas respirações, essa preocupação poderá perturbar sua consciência. Assim, ele simplesmente disse: “Fique atento! Quando o ar entrar, entre com ele e, quando o ar sair, saia com ele. Faça simplesmente isto: entre e saia com a respiração”. Ele nunca diz nada sobre a última parte da técnica. A razão é que Buda falava para homens muito simples, e talvez isso pudesse criar um desejo de alcançar o intervalo. Esse desejo de atingir o intervalo poderia tornar-se uma barreira para a consciência, porque, se você estiver desejando chegar ao inrtervalo, irá adiantar-se. A inspiração estará entrando e você estará à frente porque estará interessado na pausa que acontecerá no futuro. Buda nunca menciona isso, assim, a técnica de Buda é incompleta. Mas a outra parte vem automaticamente. Se você continuar a praticar a respiração consciente, a respiração atenta, subitamente, um dia, sem saber, chegará ao intervalo – porque, à medida que a sua consciência se vai tornando aguda, profunda e intensa, à medida que sua consciência vai ficando focada (o mundo todo está excluído, somente a sua respiração entrando e saindo é o seu mundo – a arena toda só para a sua consciência), subitamente, você é capaz de perceber a pausa na qual não há nenhuma respiração. Quando você se está movendo com a respiração minuciosamente, quando não há respiração, como você pode permanecer inconsciente? De repente você se torna consciente de que não há respiração. E chegará o momento em que você irá sentir que a respiração não está entrando nem saindo. A respiração parou completamente. Nessa parada, “o benefício”. Esta única técnica é suficiente para milhões de pessoas. A Ásia inteira experimentou e viveu esta técnica durante séculos. O Tibete, a China, o Japão, Burma, a Tailândia (Sião), o Ceilão, a Ásia inteira, exceto a Índia, experimentou esta técnica – apenas uma técnica -, e milhares e milhares de pessoas alcançaram a iluminação através dela. E esta é apenas a primeira técnica. Mas, infelizmente, por esta técnica ter-se associado ao nome de Buda, os hindus a têm evitado. Por ela ter-se tornado cada vez mais conhecida como um método budista, os hindus a esqueceram completamente. E não apenas isso: eles tentaram evitá-la também por outra razão. Por esta técnica ter sido a primeira técnica mencionada por Shiva, muitos budistas pretenderam que o Vigyana Bhairava Tantra fosse um livro busdista, não um livro hindu. Ela não é hindu nem budista, uma técnica e apenas uma técnica. Buda a usou, mas ela já existia para ser usada. Buda tornou-se Buda (um iluminado) por causa da técnica. A técnica precedeu Buda; a técnica já existia. Experimente-a. É uma das técnicas mais simples – comparada a outras: não digo que seja fácil para você. Outras técnicas serão mais difíceis. Eis por que é mencionada como a primeira.

TÉCNICA :"ANA-PANA-SATI-YOGA" A ILUMINAÇÃO DE BUDDHA"

A Verdadeira Rebelião 1. Não se Identifique com Seus Pensamentos/Sentimentos “Se você quiser frustrar a dominação da mente, destrua todas as identificações com ela. Um pensamento surge em você – não se torne um com ele! Tornando-se um com ele você o fortalece; Mantenha distância. Fique como se você estivesse apenas de pé na calçada observando as pessoas passando. Olhe isso como você olharia uma nuvem no céu distante enquanto você está de pé embaixo na terra. Não se identifique. Não se una com seus pensamentos. Não diga, ‘Esse é meu pensamento’, tão logo você diz ‘meu’, você já está identificado; logo que você fica identificado com isso, toda sua energia flui para esse pensamento. É essa energia que faz de você um escravo – e essa é sua própria energia! Não fique identificado. Quando você começa a se distanciar de seus pensamentos, estes começam a perder força e ficam sem vida, eles não obtêm nenhuma energia. 2. Espere Pelo Intervalo Quando a raiva aparecer, fique longe dela e observe. Deixe a raiva surgir; deixe-a permear seu corpo. Ela irá lhe envolver de todos os lados. Permita isso! Você só tem que lembrar de um pequeno fato – você não é sua raiva. Não tenha muita pressa em mergulhar nela, porque será difícil sair disso. Observe sua raiva, mas seja firme num ponto: se você realmente tem que responder ao homem que lhe insultou, faça isso quando a raiva tiver passado. Sob nenhuma circunstância responda antes disso. No princípio isso vai ser difícil, muito difícil. Você terá que ficar muito alerta e em guarda, mas gradualmente se tornará fácil. Quanto maior a distância que você criar entre você e seus pensamentos, mais você estabelece seu controle: você, porém, fica tão perto, tão próximo de seus desejos que você até mesmo esqueceu de que existe alguma distância entre você e eles – de que há algum intervalo entre os dois. Comece hoje. Os resultados não virão imediatamente, porque sua proximidade, sua associação, tem existido por incontáveis nascimentos. Associações tão antigas não podem ser interrompidas num dia; isso levará tempo, mas pequenos esforços de sua parte irá suportar resultados, porque essa identificação é falsa. Enquanto sua mente for sua mestra, você irá permanecer um escravo. No momento que você compreender a realidade, uma liberdade natural acontece. Não lute com a mente. Lute, e a liberdade natural não irá surgir. Se você lutar você dá a mente um status igual. Ela era uma amiga antes, agora ela é uma inimiga. O mestre não é um igual; o mestre está sempre acima – nos céus, e o servo está sempre abaixo – no chão. Quando você for um mestre você adquire a liberdade que é natural, e esta liberdade é única”. Osho: The Great Path

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

meditação é UMA EXPERIÊNCIA.

Meditação é UMA EXPERIÊNCIA Você não acredita em Deus? Isso não é um obstáculo à meditação. Não acredita na alma? Isso também não é obstáculo à meditação. Não acredita em coisa alguma? Isso não é um obstáculo. Você pode meditar, porque a meditação simplesmente diz como ir para dentro: não importa se ali existe ou não uma alma, se existe ou não um Deus, não importa. Uma coisa é certa: você existe. Se você existirá ou não depois da morte não importa. Só uma coisa importa: neste momento, você existe. Quem é você? Entrar em você é meditação –entrar mais fundo em seu próprio ser. Talvez ele seja apenas momentâneo; talvez seja eterno, talvez a morte ponha um fim a tudo. Não impomos nenhuma condição na qual você deva acreditar. Dizemos apenas que você tem de experimentar. Simplesmente tente! Um dia, acontece: os pensamentos não mais estão presentes. E, subitamente, quando os pensamentos desaparecem, o corpo e você estão separados – porque os pensamentos são a ponte. Através deles você se une ao corpo; esse é o elo. De repente o elo desaparece –você está presente, o corpo está presente, e há um abismo infinito entre os dois. Então, você sabe que o corpo morrerá, mas que você não pode morrer. Então, isso não é algo como um dogma; não é um credo, é uma experiência – incontestável. Nesse dia, a morte desaparece, nesse dia, a dúvida desaparece, porque, agora, você não tem de estar sempre se defendendo. Ninguém pode destruí-lo, você é indestrutível. Então surge a confiança, ela transborda. E confiar é estar em êxtase; confiar é estar em Deus; confiar é sentir-se preenchido. Por isso não digo para cultivar a confiança. Digo para experimentar a meditação. Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação. Crt 38000.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A ESPIRITUALIDADE NÃO PODE VIR DO DESEJO

A ESPIRITUALIDADE NÃO PODE VIR DO DESEJO Duas coisas a serem lembradas. Primeira: a espiritualidade não pode vir do desejo, porque o desejo é a raiz causal de toda a nossa ansiedade e angústia. E você não pode dirigir seus desejos para o reino espiritual. Mas isso acontece, é natural, porque conhecemos somente um movimento - que é o desejo. Nós desejamos as coisas do mundo. Alguém deseja riqueza, alguém deseja fama, alguém deseja prestígio e poder, ou outra coisa qualquer. Desejamos coisas do mundo e, através desse desejar, ficamos frustrados. Você pode alcançar a riqueza, mas a esperança que estava dependurada ali - o sonho de felicidade, de bem-aventurança, de uma vida extasiada - isso não é preenchido. Se a riqueza é alcançada, então também, você se sentirá frustrado, porque a promessa não é preenchida, o sonho não é preenchido. Tudo está ali. Os meios estão ali, e o fim escapou. O fim é sempre ilusório. E o desejar é o problema, não o que você deseja - este não é o problema. O que você deseja não é o problema - você desejar é o problema. Agora você está novamente desejando e você ficará frustrado do mesmo jeito. Se você alcançar, ficará frustrado. Se você não alcançar, ficará frustrado. O mesmo acontecerá a você, porque você não foi capaz de ver o pormenor, você perdeu o pormenor. E, quando você deseja, a impaciência fatalmente está presente, porque a mente não quer esperar, a mente não quer adiar. Ela é impaciente. A impaciência é a sombra do desejo. Quanto mais intenso o desejo, mais impaciência existirá. E a impaciência criará perturbação. Assim, como você alcançará a meditação? O desejo criará movimento na mente e, então, o ato de desejar criará impaciência, e a impaciência o levará a mais perturbações. Assim, acontece - e eu observo isso diariamente - que uma pessoa que esteve vivendo uma vida muito mundana, não era comumente tão perturbada. Quando essa pessoa começa a meditar, ou a buscar a dimensão religiosa, ela se torna mais perturbada, mais do que nunca. A razão é que agora ela tem um desejo ainda mais intenso, portanto mais impaciência. E, com as coisas mundanas, as coisas eram tão reais e objetivas, que ela podia esperar por elas - elas estavam sempre a seu alcance. Agora, no reino espiritual, as coisas são tão evasivas, tão distantes... - elas nunca parecem estar ao alcance. A vida parece ser muito curta e, agora, o objeto de desejo parece ser infinito - há mais impaciência e, então, mais perturbação. E com uma mente perturbada como você pode meditar? Assim, isso vira um enigma. Tente compreender isso. Se você está realmente frustrado e chegou a sentir que tudo o que está fora é fútil - dinheiro ou sexo ou poder ou prestígio, tudo fútil - se você chegou a esta percepção, então, uma profunda percepção também é necessária. Se essas coisas são fúteis, então, o ato de desejar é até mais fútil: você deseja e deseja e nada acontece - e seu ato de desejar cria a miséria. Olhe para o fato de que o ato de desejar cria miséria. Se você não deseja, não há miséria. Assim, abandone o ato de desejar. E não crie um novo desejo: simplesmente abandone o ato de desejar. Não crie um desejo espiritual. Não diga: "Agora eu estou indo em busca de Deus. Agora eu estou indo descobrir isto e aquilo. Agora, eu vou perceber a verdade.". Não crie um novo desejo. Se você criar, isso mostra que você não compreendeu sua miséria. Olhe para a miséria que o desejo cria. Sinta que o desejo é miséria e abandone-o. Nenhum esforço é necessário para abandoná-lo. Lembre-se: se você fizer um esforço, você criará um outro desejo. Eis por que você precisa de algum outro desejo, porque, então, você pode deixá-lo. Se algum outro desejo existir, você pode se dependurar nele. Você pode agarrar-se ao novo desejo e pode deixar o antigo. Deixar o antigo é fácil se você tem algo novo a conseguir, mas, então, você está perdendo todo o pormenor. Simplesmente deixe o desejo, porque ele é miséria; e não crie um novo desejo. Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação.

A BUSCA ESPIRITUAL

Busca espiritual significa chegar a um acordo com a realidade atual, não com uma projeção sonhadora. Toda a nossa vida é apenas uma projeção, sonhos projetados. Ela não existe para conhecer o que é; existe para se obter o que é desejado. Você pode tomar a palavra "desejo" como um símbolo do que nós chamamos de vida. A vida é uma projeção dos desejos: você não está à procura do que é; está à procura do que é desejado. Você continua desejando e a vida continua sendo frustrante porque ela é como é. Ela não pode ser como você quer. Você fica desiludido. Não porque a realidade seja antagônica a você, mas sim porque você não está em sintonia com a realidade, apenas com seus sonhos. Seus sonhos têm uma desilusão que o arruínam. Enquanto você está sonhando, tudo está certo; mas quando qualquer sonho é alcançado, tudo se torna desilusão. Busca espiritual significa conhecer essa parte negativa: esse desejar é a raiz causal da frustração. Desejar é criar um inferno por livre e espontânea vontade. Desejar é estar no mundo: ser mundano é desejar e continuar desejando, sem nunca tornar-se alerta de que cada desejo não dá em nada além de frustrações. Uma vez que você se torna alerta para isso, então não mais deseja. Ou seu único desejo é conhecer o que realmente é. Nesse momento, você decide: "Não continuarei projetando a mim mesmo, conhecerei o que é. Não porque devo ser desse modo e a realidade deva ser daquele outro modo, mas apenas por isto: quero conhecer a realidade seja ela qual for— nua como ela é. Não projetarei, não entrarei nisso. Quero encontrar a vida como ela é". Ai começa a busca espiritual....a busca daquilo que É. Célio José Bighetti – (Swami Dharma Grahi) – Psicoterapeuta da Alma.