quarta-feira, 23 de maio de 2012

O QUE É AMOR

O que é amor? por Osho do livro "Sufis, o Povo do Caminho" É triste que tenhamos de fazer esta pergunta. No curso natural das coisas, todos saberiam o que é amor. Mas entendo que ninguém saiba - ou apenas muito raramente - o que é amor. O amor tornou-se uma das mais raras experiências. Sim, fala-se sobre ele, filma-se, estórias são escritas sobre ele, canções são compostas, filmes são feitos, na televisão você o verá, no rádio, nas revistas - uma grande indústria continuamente o supre com a ideia do que é o amor. Muitas pessoas estão continuamente envolvidas nisso, ajudando as pessoas a entenderem o que é o amor. Poetas, autores, novelistas - todos eles continuam. Mas ainda assim o amor permanece um fenômeno desconhecido. E deveria ser um dos mais conhecidos. É quase como se alguém viesse e perguntasse: "O que é comida?" Você não ficaria surpreso se viesse alguém é perguntasse: "O que é comida?" Se alguém tem passado fome desde o início e nunca experimentou comida, a pergunta será relevante. Assim é esta pergunta. Você pergunta: O que é amor? Amor é o alimento da alma. Mas você tem passado fome. Sua alma não recebeu nenhum amor, por isso você não lhe conhece o sabor. Sua pergunta é relevante, mas é infeliz. O corpo recebeu alimento, por isso ele continua; mas a alma não recebeu nenhum alimento, por isso a alma está morta, ou não nasceu ainda, ou está sempre em seu leito de morte. Quando uma criança nasce, ela nasce totalmente; ela está totalmente equipada com a capacidade de amar e de ser amada. Toda criança nasce cheia de amor e sabe perfeitamente o que ele é. Não há nenhuma necessidade de se dizer à criança o que é amor. O problema surge porque a mãe e o pai não sabem o que é amor. Nenhuma criança tem os pais que merece - nenhuma criança jamais tem os pais que merece. Esses pais simplesmente não existem na terra. E quando essa criança se tornar um pai, ela terá perdido a capacidade de amar. É quase como... No México há um vale onde as crianças nascem e, em três meses, ficam cegas. É uma sociedade pequena, primitiva. Lá existe uma mosca que é venenosa aos olhos, por isso a sociedade toda é cega. Toda criança nasce com olhos - olhos funcionando perfeitamente - mas em três meses há um ataque da mosca e o veneno entra no sistema e os olhos ficam cegos. Bem, mais tarde na vida, a criança perguntará: "O que são olhos? O que você quer dizer quando usa a palavra "olho"? O que é visão? O que é ver? O que você quer dizer?" E a pergunta será relevante. A criança nasceu com olhos, mas eles foram perdidos em algum lugar no caminho daquilo a que se chama crescimento. Eis o que aconteceu com o amor. Toda criança nasce com tanto amor quanto se pode conter, com mais amor do que se pode conter, com amor transbordante. A criança nasce como amor, a criança é feita da matéria chamada amor. Mas os pais não podem dar amor. Eles têm suas próprias sobras - os pais deles nunca os amaram. Os pais podem apenas fingir. Eles podem falar sobre o amor. Eles podem dizer: "Nós o amamos muito", mas, o que quer que eles façam, é muito desamoroso. O modo como eles se comportam, o modo como tratam a criança é muito insultante; não há nenhum respeito. Nenhum pai respeita a criança. Quem pensa em respeitar uma criança? Uma criança de forma alguma é considerada uma pessoa. Uma criança é considerada um problema. Se ela fica quieta, é boa; se não grita, se não é um terapeuta primal - bom; se ela fica fora do caminho dos pais - perfeitamente bom. Assim é que uma criança deveria ser. Mas não há nenhum respeito e nenhum amor. Os pais não conheceram o que é amor. A mãe não amou o marido, o marido não amou a esposa. O amor não existe aí. O domínio, a possessividade, o ciúme, e todos os demais tipos de veneno que destroem o amor estão aí. Assim como certo veneno pode destruir sua visão, o veneno da possessividade e do ciúme também destroem o amor. O amor é uma flor muito frágil. Ele tem de ser protegido, tem de ser reforçado, tem de ser aguado; só então é que ele se torna forte. E o amor da criança é muito frágil - naturalmente - pois a criança é frágil, seu corpo é frágil. Você acha que uma criança deixada sozinha será capaz de sobreviver? Pense como o homem é indefeso. Se uma criança for deixada sozinha, será quase impossível ela sobreviver. Ela morrerá. E isso é o que está acontecendo ao amor. O amor é deixado sozinho. Os pais não podem amar, não sabem o que é amor, nunca fluíram no amor. Lembre-se de seus próprios pais. E, lembre-se, não estou dizendo que eles sejam responsáveis. Eles são vítimas, assim como você - os próprios pais deles eram a mesma coisa. E assim por diante... Você pode voltar a Adão e Eva, a Deus, o Pai. Parece que mesmo Deus, o Pai, não teve muito respeito por Adão e Eva, não teve respeito bastante. É por isso que, desde o início, Ele começou a comandá-los. "Faça isso" e "não faça aquilo", e Ele começou a fazer todas as bobagens que todos os pais fazem. "Não coma a fruta desta árvore". E quando Adão comeu a fruta, o Pai, Deus, ficou tão bravo que expulsou Adão e Eva do paraíso. Essa expulsão está sempre aí, e todo pai ameaça expulsar a criança, jogá-la para fora. "Se você não escutar, se não se comportar, será expulso". E, naturalmente, uma criança tem medo. Expulsa? Ela começa a se comprometer. A criança pouco a pouco se torna um distorcedor. Ela começa a manipular. Ela não quer sorrir, mas se a mãe está vindo e a criança quer leite, ela sorri. Isso é política - o início, o ABC da política. No fundo, ela começa a odiar, porque ela não é respeitada; no fundo, ela começa a sentir-se frustrada por não ser amada como é. Espera-se que ela faça certas coisas e somente então é que ela será amada. O amor tem algumas condições; ela não é digna, assim como é. Primeiro ela tem de se tornar digna, depois o amor dos pais será possível. Assim, ela começa a se tornar digna e começa a se tornar falsa; ela perde seu valor intrínseco. Pouco a pouco seu respeito por si próprio é perdido, ela começa a sentir-se indigna. Ela começa a sentir-se culpada. E muitas vezes uma ideia vem à mente da criança: "Esses são meus pais verdadeiros? É possível que eles tenham me adotado? Talvez eles estejam me enganando, porque não parece haver nenhum amor". E mil e uma vezes ela vê a raiva nos olhos deles, a feia raiva na face dos pais, e por coisas tão pequenas que ela não pode ver a proporção disso. Apenas por coisas muito pequenas ela vê a ira dos pais. Ela não pode acreditar nisso. É tão injusto e desleal. Mas ela tem de se entregar, tem de se curvar, tem de aceitar isso como uma necessidade. Pouco a pouco sua capacidade de amar é morta. O amor cresce apenas no amor. O amor precisa de um ambiente de amor - isso é a coisa mais fundamental a ser lembrada. Apenas num ambiente de amor é que o amor cresce. Ela precisa do mesmo tipo de pulsação ao redor. Se a mãe é amorosa, se o pai é amoroso, não apenas com a criança, se eles são amorosos um com o outro também, se a casa tem uma atmosfera amorosa onde o amor floresce, a criança começará a funcionar como um ser amoroso, e nunca fará a pergunta: "O que é amor?" Ela o conhecerá desde o próprio início, ele se tornará seu alicerce. Mas isso não acontece. É triste, mas isso não tem acontecido até agora. E você aprende os modos de seus pais, seus resmungos, seus conflitos. Simplesmente fique se observando. Se você for uma mulher, observe. Você talvez esteja repetindo, quase repetindo, a maneira como sua mãe costumava se comportar. Observe-se quando você estiver com seu namorado ou com seu marido - o que você está fazendo? Não está repetindo? Se você for um homem, observe! O que está fazendo? Você não está sendo seu pai? Não está fazendo a mesma tolice que ele costumava fazer? E um dia você ficou surpreso - "Como papai pôde fazer isso?" - e você está fazendo o mesmo. As pessoas ficam repetindo; as pessoas são imitadoras; o homem é um macaco. Você está repetindo seu pai ou sua mãe e isso tem de ser abandonado. Somente então você saberá o que é amor, caso contrário, você permanecerá corrompido. Eu não posso definir o amor, porque não há nenhuma definição de amor. É uma dessas coisas indefiníveis como o nascimento, a morte, Deus, meditação. É uma dessas coisas indefiníveis - eu não posso defini-lo. Não posso dizer que isso é amor, não posso mostrá-lo a você. Ele não é um fenômeno visível. Ele não pode ser dissecado, não pode ser analisado; só pode ser experimentado. E só através da experiência é que você sabe o que é. Mas eu posso lhe mostrar o caminho para experimentá-lo. O primeiro passo é: livre-se de seus pais. E com isso não quero dizer nenhum desrespeito a seus pais, não. Eu seria a última pessoa a lhe dizer isso. Eu não quero dizer para você livrar-se de seus pais fisicamente, eu quero dizer para você livrar-se das vozes paternas interiormente, o seu programa interior, suas fitas interiores. Apague-os... e ficará surpreso ao constatar que se se livrar de seus pais no seu ser interior, você se tornará livre. Pela primeira vez, você será capaz de sentir compaixão por seus pais - caso contrário, não; você permanecerá ressentido. Toda pessoa é ressentida em relação a seus pais. Como você pode não ser ressentido se eles causaram tanto dano a você - embora não conscientemente? Eles desejavam o melhor para você, eles queriam fazer tudo pelo seu bem-estar. Mas o que eles podem fazer? Simplesmente por querer, nada acontece; só por boas intenções, nada acontece. Eles são bem intencionados, isso é verdade. Não há nenhuma dúvida sobre isso. Todo pai quer que a criança tenha todas as alegrias da vida. Mas o que ele pode fazer? Ele é um robô e, consciente ou inconscientemente, deliberadamente ou não, ele criará uma atmosfera na qual a criança mais cedo ou mais tarde, será transformada num robô. Se você quiser tornar-se um homem, não uma máquina, livre-se de seus pais. E você terá de observar. É um trabalho pesado, trabalho árduo; você não pode fazê-lo instantaneamente. Terá de ser muito cuidadoso no seu comportamento. Observe quando sua mãe estiver aí, funcionando através de você - pare com isso, afaste-se disso. Faça algo absolutamente novo que sua mãe nem mesmo pudesse conceber. Por exemplo, seu namorado está olhando para alguma outra mulher com muita admiração nos olhos. Agora observe o que você está fazendo. Está fazendo o que sua mãe teria feito no caso de seu pai olhar para outra mulher com admiração? Se fizer isso, nunca saberá o que é amor, você simplesmente estará repetindo uma estória. Será o mesmo ato sendo desempenhado por atores diferentes, é tudo; o mesmo ato apodrecido sendo repetidas muitas e muitas vezes. Não seja um imitador, caia fora disso. Faça algo novo. Faça algo que sua mãe não pudesse ter concebido. Faça algo novo que seu pai não pudesse ter concebido. Essa inovação tem de ser trazida a seu ser, então o amor começará a fluir. Postado por : Swami Dharma Grahi – (Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.

sábado, 12 de maio de 2012

VOCÊ JÁ É O QUE ESTÁ PROCURANDO

“Como é possível que pela simples conscientização de um ponto específico do processo da respiração, alguém possa alcançar a iluminação? Como é possível tornar-se livre da inconsciência pela simples conscientização de uma pausa mínima e momentânea na respiração?” Essa pergunta é importante e deve ter ocorrido a muitas mentes. Muitas coisas têm de ser compreendidas. Primeiro: pensa-se que a espiritualidade é uma realização difícil. Não é “uma coisa nem outra”: isto é, não é difícil nem é uma realização. Seja você quem for, já é espiritual; não há nada de novo a ser acrescentado ao seu ser. E nada precisa ser descartado do seu ser: você é o mais perfeito possível. Não é uma questão de se tornar perfeito em algum tempo no futuro ;não é uma questão de fazer algo árduo para ser você mesmo. Não é uma viagem para outro ponto em algum outro lugar; você não está indo a lugar algum. Você já está ai. O que existe para ser alcançado já foi alcançado. Esta ideia deve penetrar fundo. Só então você será capaz de entender por que técnicas tão simples podem ajudar. Se a espiritualidade fosse alguma realização, então naturalmente, seria difícil – não só difícil, mas realmente impossível. Se você já não fosse espiritual, não poderia vir a ser. Não poderia nunca, porque como pode alguém que não é espiritual tornar-se espiritual? Se você já não fosse divino, não haveria possibilidade: não haveria meio. E não importa que esforços fizessem; o esforço feito por alguém que já não é divino não pode criar a divindade. Seria impossível. Mas o ponto, na verdade, é totalmente oposto: você já é aquilo que deseja alcançar. O objetivo do desejo já está ai, presente em você. Aqui e agora, neste exato momento, você é aquilo que é conhecido como divino. O Supremo está aqui; já está acontecendo. É por isso que as técnicas simples podem ajudar. Não é uma realização, mas uma descoberta. Está escondido em pequeníssimas coisas. A “persona” é exatamente como as roupas: seu corpo está presente, escondido sob as roupas. Da mesma forma sua espiritualidade está presente, escondida sob certas roupas. Essas roupas são sua personalidade. Você pode ser desnudado em sua espiritualidade também. Mas você não sabe quais são as roupas. Você não sabe como está escondido nelas, não sabe como ficar nu. Você tem estado vestido há tanto tempo --- durante vidas e vidas você tem estado vestido --- e ficou tão identificado com elas que agora não percebe que elas são roupas. Você pensa que elas são você: essa é a única barreira. Por exemplo: você tem um tesouro, mas se esqueceu ou ainda não reconheceu que é um tesouro e continua mendicando nas ruas: você é um mendigo. Se alguém lhe disser: “Vá e olhe dentro da sua casa: você não precisa ser um mendigo; pode ser um imperador agora mesmo”, o mendigo tenderá a responder: “Que bobagem você está dizendo imperador neste exato momento”? Tenho estado mendicando há anos e ainda sou um mendigo e, mesmo que eu peça esmolas por muitas vidas, não me tornarei um imperador. Assim, é absurdo e ilógico a sua declaração de que “você pode ser um imperador agora mesmo”. É impossível. O mendigo não pode acreditar. Por quê? Porque a mente mendicante é um hábito antigo. Mas, se o tesouro está escondido em sua própria casa, então simplesmente cavando, tirando um pouquinho de terra, o tesouro vai aparecer. E, imediatamente, você não será mais um mendigo: tornar-se-á um imperador. Acontece o mesmo com a espiritualidade. É um tesouro escondido. Não há nada para ser alcançado em algum lugar o futuro. Você ainda não o reconheceu, mas ela está já está em você. Você é o tesouro, mas continua mendigando. Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação.

TANTRA

T A N T R A Quando o sexo for apenas um impulso inconsciente e mecânico dentro de você, estará errado. Lembre-se de que o sexo não é errado, é esse caráter mecânico que está errado. Se você puder trazer a luz de uma inteligência em sua sexualidade, essa luz irá transformar a sexualidade. Já não será sexualidade, será algo completamente diferente, tão diferente que você sequer possui uma palavra para isso. No Oriente temos uma palavra, “tantra”. No Ocidente não há nenhuma palavra. Quando o sexo se junta, quando está entrelaçado com a inteligência, uma energia completamente nova é criada, e essa energia é chamada “tantra”. A palavra “tantra” significa a capacidade de expansão, aquilo que continua a expandir. O sexo reduz você, o tantra expande. É a mesma energia, mas ela faz uma virada. Não é mais egoísta, autocentrada. Começa a se espalhar por toda a existência. No sexo, por um momento você pode atingir o orgasmo, e o custo é alto. No tantra você pode viver em orgasmo durante todo o dia, porque sua própria energia se torna orgástica. E seu encontro não é mais com um individuo específico, seu encontro é com o universo em si. Você vê uma árvore, uma flor, uma estrela, e há algo similar ao orgasmo acontecendo. A pessoa que se tornou completamente inteligente, alerta, desperta, vive de forma orgástica. Todos os seus movimentos estão cheios de picos orgásticos, picos atrás de picos. E quando o tantra tiver acontecido, o sexo desaparece. O sexo é uma semente, o tantra é a árvore. Osho - Osho de A a Z Swami Dharma Grahi-(Célio José Bighetti) – Discípulo do Osho.