segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A MISÉRIA NÃO NECESSITA DE NENHUM TALENTO

A miséria não necessita de nenhum talento, qualquer um pode consegui-la. A felicidade precisa de talento, gênio, criatividade. Somente as pessoas criativas são felizes.

Deixe isso penetrar fundo em seu coração: somente as pessoas criativas são felizes. A felicidade é um subproduto da criatividade. Crie alguma coisa e você será feliz. Crie um jardim, deixe-o florescer e alguma coisa florescerá em você. Crie uma pintura e algo começa a crescer em você com o crescimento da pintura. Quando a pintura chega ao fim, enquanto você está dando os últimos retoques na pintura, você verá que você nã0o é mais a mesma pessoa. Você está dando os últimos retoques para algo que é muito novo em você. Escreva um poema, cante uma canção, dance uma dança e veja: você começa a ficar feliz. A existência apenas lhe deu uma oportunidade de ser criativo; a vida é uma oportunidade de ser criativo. Se você for criativo, você será feliz.

Quando você quer escalar o mais alto pico das montanhas, isso é árduo. E quando você alcança o pico e você deita para descansar, murmurando com as nuvens, olhando para o céu, a alegria que preenche seu coração; essa alegria sempre chega quando você alcança algum pico de criatividade.

É preciso inteligência para ser feliz, a as pessoas são ensinadas a permanecer não inteligentes. A sociedade não quer que inteligência floresça. A sociedade não necessita de inteligência; na verdade a sociedade tem muito medo da inteligência. A sociedade precisa de pessoas limitadas, Por quê? Devido a que as pessoas limitadas são manipuláveis. As pessoas inteligentes não são necessariamente obedientes; elas podem obedecer, elas podem não obedecer. Mas a pessoa limitada precisa de alguém para comandá-la, porque ela não possui nenhuma inteligência para viver por si própria. Ela quer alguém para dirigi-la; ela procura e busca seus próprios tiranos.

A sociedade não quer que a inteligência aconteça no mundo, as religiões não querem que a inteligência aconteça no mundo, os subservientes não querem que a inteligência aconteça no mundo. Ninguém realmente a deseja. Eles querem que todo mundo permaneça limitado, assim todo mundo é obediente, conformista, nunca sai fora do rebanho, permanece sempre parte da multidão, é controlável, manipulável, manobrável. A pessoa inteligente é rebelde. Inteligência é rebelião. A pessoa inteligente decide por si própria se diz sim ou não. A pessoa inteligente não pode ser tradicional, ela não pode continuar adorando o passado; não há nada no passado para ser adorado. O inteligente não deseja criar um futuro, deseja viver no presente. Seu viver no presente é seu jeito de criar o futuro.

A pessoa inteligente não se apega ao passado morto, não carrega cadáveres. Ele acabou com o passado; este se foi e se foi para sempre. Mas o limitado é tradicional. Ele está pronto a seguir o religioso, está pronto para seguir qualquer politico pretencioso, pronto para seguir qualquer ordem; qualquer um com autoridade e ele está pronto para se jogar aos seus pés. Sem inteligência não pode haver nenhuma felicidade. O homem só pode ser feliz se for inteligente, totalmente inteligente. Inteligência é um fenômeno totalmente diferente, ela não tem nada a ver com a cabeça. Inteligência é algo que vem de seu próprio centro. Ela brota em você e com ela muitas coisas começam a crescer em você. Você se torna feliz, você se torna criativo, você se torna rebelde, você se torna aventureiro, você começa a amar a insegurança, você começa a se mover para o desconhecido. Você começa a viver perigosamente porque essa é a única maneira de viver.

Para as pessoas limitadas existem super avenidas onde as multidões se movimentam. E por séculos e séculos elas têm estado se movimentando, indo a lugar nenhum, girando em círculos. Assim você tem o conforto de que você está com muitas pessoas, você não está só. A inteligência lhe dá coragem de estar só e a inteligência lhe dá a visão para ser criativo. Surge um grande anseio, uma grande fome para ser criativo. E só assim, como uma consequência, você pode ter a felicidade, Osho.

Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação.

COMPREENDENDO A RAIVA

Quando a raiva surge, imediatamente ficamos ligados na pessoa que nos deixou com raiva e nunca naquele que está sentindo raiva. Se você é a causa da minha raiva, imediatamente começo a pensar sobre você e esqueço de mim completamente, embora a parte efetiva seja eu, que fiquei com raiva.

Aquele que causou a raiva foi apenas uma causa, uma desculpa. Ele não importa mais. Ele jogou um palito de fósforo e explodiu a pólvora que existe dentro de mim. A centelha seria inútil se não houvesse munição dentro de mim. O que eu vejo não é a pilha de munição dentro de mim, mas a centelha do adversário.

Então sinto que foi ele que causou todo o incêndio dentro de mim. A verdade é: ele apenas jogou um palito; foram os explosivos em mim que incendiaram. E também é possível que o homem possa não ter atirado o fósforo intencionalmente. Ele pode nem sequer estar ciente da conflagração dentro de você! Você coloca toda a culpa por esse fiasco na outra pessoa. Assim, muitas vezes o pobre homem não pode entender porque uma coisa tão pequena lhe perturbou tanto! A dificuldade é sempre essa.

O assunto em questão é sempre bastante trivial, mas a raiva que é inflamada é colossal. Assim, aquele que causa a raiva fica sempre com dificuldade de entender como uma afirmação tão comum pode provocar tanta ira!

Você mesmo pode ter, às vezes, ter ficado admirado de uma simples fala sua ter encolerizado tanto uma outra pessoa. Mas essa é uma falácia natural. Todo o fogo que queima dentro de mim, eu sinto que foi você quem criou. Você joga a fagulha e a pólvora que existe dentro de mim explode. O quanto ela se espalha, é difícil de contar. Sempre que a raiva se apodera de nós, nossa atenção fica focada na pessoa que a causou. Nesse caso, é difícil sair da raiva.

Quando alguém provocar raiva em você, esqueça a pessoa imediatamente e concentre-se naquele a quem a raiva está acontecendo. E comece a olhar para dentro – para aquilo que está acontecendo. Não reprima. Permita completa liberdade ao que estiver acontecendo. Feche-se no seu quarto e mergulhe totalmente no que está acontecendo. É melhor ver o que está acontecendo, da forma mais clara possível.

Se a raiva vocifera dentro , grite, berre, pule, fale, murmure, faça o que lhe aprouver. Feche as portas e observe a sua própria loucura em sua inteireza, pois os outros já a testemunharam muitas vezes. Só você não viu; os outros já se divertiram ás suas custas. Você só toma ciência quando a coisa acabou, quando o fogo se foi e só restaram as cinzas. Se você quiser observar a raiva em sua inteireza, você terá que observá-la sozinho, na privacidade de seu quarto. Então, sozinho, você pode vê-la na totalidade, pois, então, não haverá nenhuma limitação.

Célio José Bighetti – Psicoterapeuta Holístico e Instrutor de Meditação