sábado, 24 de abril de 2010

PESSOAS INTELIGENTES
[Arnaldo Jabor]

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas
se divertia com o idiota da aldeia, um pobre coitado de pouca
inteligência que vivia de pequenos biscates e esmolas.
Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam
e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande
de 400 REIS e outra menor, de 2.000 REIS. Ele sempre escolhia
a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou
se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
'Eu sei' - respondeu o tolo assim: 'Ela vale cinco vezes menos,
mas no dia em que eu escolher a outra, a brincadeira acaba
e dai'não vou mais ganhar minha moeda'.

Pode -se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:
:
1- Quem parece idiota, nem sempre é.
: 2- Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
: 3- Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.
4- A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando
os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito

.Portanto, o que importa não é o que pensam
de nós, mas sim, quem realmente somos.
Moral da História...
'O maior prazer de uma pessoa inteligente é bancar o idiota,
diante de um idiota que banca o inteligente'
Se sua busca é verdadeira, ela o levará ao Dharma Grahi

ENVELHECENDO - OSHO

Envelhecendo ou Crescendo?

Sinto-me amoroso com as pessoas, fervoroso, mas não me sinto muito sexual. Não sei se minha sexualidade está levemente reprimida ou se está ok.

Não há nenhuma necessidade de se sentir sexual e também não há nenhuma necessidade de se preocupar com isso. Apenas sinta-se amoroso e fervoroso. Isso a gente precisa lembrar, que a pessoa não deve ficar fria. Se a pessoa começar a ficar fria, então isso é um problema. E se o sexo desaparecer completamente, não há nenhum problema; mas o fervor não deve desaparecer.
Isso quase sempre acontece junto. Quando o sexo das pessoas desaparece, o ardor delas também desaparece. Quando o ardor delas vem, a sexualidade delas também vem. Eis porque as pessoas pensam que ardor e sexualidade são dois aspectos da mesma energia. Eles não são.
É uma boa experiência ser ardoroso e não sexual. Assim você estará crescendo; realmente crescendo. Apenas envelhecer não é crescimento real. Estar crescido não é ser um adulto. Crescer significa exatamente isso: crescer, crescer para cima. E esse é um belo passo – que a pessoa retém o fervor, e o sexo pouco a pouco desaparece. Sexo é belo devido ao seu fervor; não há nada mais. Então se você puder reter o fervor quando o sexo desaparecer, está perfeitamente bem; como deve ser. Assim a meta é preservada, e somente o não essencial se vai. Nunca perca o fervor. Sexo não é uma coisa essencial; o fervor é essencial.
Assim tudo está indo bem. Não force a sexualidade em você, do contrário esse será um passo destrutivo. Fique cada vez mais ardoroso. Não há nenhuma necessidade de ficar anti-sexual. Não há necessidade de reprimir a sexualidade. Se acontecer de seu fervor lhe conduzir para o sexo, está ok, isso é bonito. Assim se você for para o sexo por causa do seu fervor, então o motivo é o fervor, não o sexo. Isso acontece, mas isso é a periferia. O centro permanece seu coração amoroso, seu fervor.

Osho, Extraído de: The Passion for the Impossible

A ARTE DO TESTEMUNHAR

“Querido Osho,
Eu sempre estou oscilando entre uma excitação de alta energia, onde a vida é maravilhosa e é uma alegria estar só, e estes dias quando há uma tranqüilidade que é estúpida e enfadonha. Num momento existe energia, mas nenhuma consciência, e no outro existe consciência, mas nenhuma energia.
Existe um artifício para fazer com estes dois momentos estejam juntos?
Isto é uma coisa muito simples. Você diz que tem momentos de grande êxtase, cheio de energia, mas que você fica afogado nesta energia; o êxtase é tão intenso que você se esquece de ficar alerta. Você fica imerso naquele êxtase e a testemunha não está presente. E você diz que existem momentos quando está triste e entediado, mas a testemunha está ali.
Você simplesmente precisa que colocar as coisas no seu devido lugar. Comece com seu tédio e sua tristeza, porque a testemunha está ali e a testemunha será a ponte. Assim, quando você estiver triste e entediado, simplesmente observe este estado, como se ele fosse alguma coisa fora de você; ele é. Você sempre é uma testemunha e agora está testemunhando tristeza e tédio.
É fácil testemunhar a tristeza e o tédio, porque ninguém quer ficar mergulhado no tédio. E isto é muito importante porque você pode aprender toda a arte enquanto você estiver entediado. Simplesmente observe o tédio e na medida em que o seu testemunhar cresce, você verá que existe uma distância entre você e o tédio, a tristeza, a miséria, a dor e a angústia. Você não é parte de toda essa experiência; você está de pé no alto, acima das montanhas, um observador nas montanhas, e tudo mais está se movendo lá em baixo, no vale escuro.
Você já tem o segredo, só falta praticá-lo mais e mais. Sente-se ao lado de um burro, sente-se ao lado de um búfalo; fique olhando para o búfalo e você ficará entediado. Por todo lado você pode encontrar objetos que serão imensamente úteis. Você não precisa esperar pela chegada desses momentos, porque quem sabe quando o búfalo se aproximará de você? Por que não ir até o búfalo?
Você pode se enfiar no meio do gado e sentar-se entre os animais. Você se vai se sentir entediado. O gado fica pastando e mastigando o capim. Você acha que você vai começar a pastar? Você não vai se envolver naquilo. Sentado no meio do gado, entre os búfalos, você vai se sentir apenas como uma testemunha.
Não fique triste nem entediado. Deixe que o tédio esteja ali, assim como a tristeza. E você permanece sendo simplesmente uma testemunha. Nestas situações, isto é mais fácil. Depois que você já tiver fortalecido a sua testemunha, experimente então testemunhar aqueles momentos de êxtase, aquelas alturas... Aí será um pouco mais difícil, pois virá uma vontade de lançar-se naquele espaço cheio de ondas. Quem vai querer ficar sentado num banco só observando? Surge o medo de que aquele momento se vá, se perca, se ficarmos só observando.
Não se preocupe. Se você testemunhar, o momento vai permanecer ali, a experiência vai crescer ainda mais e vai tornar-se cheia de cores. Mas em momento algum fique identificado com a experiência. Permaneça desapegado, simplesmente um expectador.
A arte é a mesma, não importa se é com o tédio ou com o êxtase. O que importa é que você não esteja envolvido, que mantenha a distância, que permaneça ali, parado.
Awareness - Osho Zen Tarot
Quando testemunhar, você ficará surpreso, pois o tédio, a tristeza, a felicidade, o êxtase, seja o que for, vai começar a se mover para longe de você. Na medida que o seu testemunhar fica mais profundo e mais forte, se torna mais cristalizado, qualquer experiência, boa ou má, bela ou feia, desaparece. Existe um puro nada por toda a sua volta.
O testemunhar é a única coisa que pode torná-lo mais consciente do imenso nada que o circunda. E nesse imenso nada... Não é vazio, lembre-se. Em inglês não existe uma palavra para traduzir a palavra budista shunyata. Esse nada não é vazio, ele é cheio da sua presença, cheio do seu testemunhar, cheio da luz de sua testemunha.
Nesse nada, você se torna quase um sol, e os raios do sol movem-se dentro do nada em direção ao infinito.
Um dos místicos indianos, Kabir, disse, ‘Minha primeira experiência foi com o sol e na medida em que minha experiência foi crescendo, vi que o sol externo é nada e o sol interno é infinito. A sua luz preenche todo o infinito da existência. E em tal momento eu sou apenas uma testemunha; eu estou lá.’
Assim, comece testemunhando o seu tédio, a sua tristeza, porque a questão não é o objeto, a questão é a arte de testemunhar. Comece com qualquer objeto – raiva, ódio, amor, ciúme – qualquer coisa serve. Se você nada encontrar, pegue um espelho e olhe para a sua face, testemunhe-a. E você ficará muito surpreso, pois quando você está num completo estado de testemunhar, o espelho se torna vazio, você não está nele.
Em total testemunhar, o objeto desaparece.
Pela primeira vez você será capaz de ver o espelho como um nada.
Comece com coisas que são mais fáceis, e depois passe para as que são mais onduladas. A ponte é simples."
OSHO – From Death to Deathlessness – Disc n° 24
Tradução: Sw. Bodhi Champak
http://www.youtube.com/watch?v=hnfY3YUhZd4