sábado, 20 de fevereiro de 2010

PROJEÇÕES

È um fato conhecido: você não se apaixona por alguém; você não se apaixona pela pessoa real, você se apaixona pela pessoa de sua imaginação,E enquanto você não vivem junto, e você vê o outro da sua sacada, ou você encontra na praia por alguns minutos, ou você segura suas mãos no cinema, você começa a sentir: “Somos feito um para o outro”
Mas ninguém é feito um para o outro, Você vai projetando mais e mais imaginação sobre o outro, inconscientemente. Você cria um certa aura em torno dele e ele cria uma certa aura em torno de você. Tudo parece ser lindo, porque você faz tudo parecer lindo, sonhando, evitando a realidade. E ambos ficam sonhando, tentando de todas as formas possíveis não perturbar a imaginação do outro.
Assim, a mulher se comporta do jeito que o homem quer que ela se comporte; o homem se comporta do jeito que a mulher quer que ele se comporte. Mais isso só pode durar alguns minutos ou algumas horas no Maximo.
Uma vez que vocês se casem e tenham que viver juntos vinte e quatro horas por dia, torna-se uma carga pesada continuar fingindo alguma coisa que você não é.
Preencher a imaginação do homem ou da mulher, por quanto tempo você pode continuar representando? Mas cedo ou mais tarde torna-se um peso e você começa a se vingar. Você começa a destruir toda a sua imaginação que o homem criou em torno de você. Porque você não quer ficar aprisionado nela, você quer se livrar daquilo e ser você mesmo.
E a mesma é a situação com o homem: ele quer se livrar e ser ele mesmo. E esse é o conflito entre todos os amantes, em todas as relações.
A realidade é: somos sozinhos, somos estranhos e será muito melhor se aceitarmos a verdade básica de que somos estranhos.
Podemos saber o nome um do outro, podemos ter visto o rosto um do outro muitas vezes – isso não importa. Nossos seres estão tão escondidos e tão lá no fundo, que não há como eu poder tocar o ser de alguém, ou possa ver o ser de alguém – e é ai que reside toda a estranheza. Mas não acho que isso seja uma catástrofe, pelo contrário sinto isso com uma benção. Se não fôssemos estranhos seriamos Robôs. Nossa estranheza nos dá invidualidade, singularidade.



Osho

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